eu tropeço nos pensamentos
eu caio sobre a razão
na contramão....

a primavera chegou trazendo seus bichos
e reacendendo nossos bichos
ela chegou dividindo seus perfumes
colorindo as paisagens
mas dessa vez veio intensa
carregada de vermelho
se despedindo do sol mais tarde
se temperando com pimenta
queimando por dentro
veja bem meu bem
eu gosto desse gosto de aventura
eu gosto desse cheiro de liberdade
e eu gosto muito mais de mim...

ela tira o som da tv, mas deixa ligada, a meia luz agrada
na cabeça passam mil aventuras
quem dera se não tivessem fim
ela senta de pernas cruzadas, acende um cigarro
já é noite, ela está só, e pode passear nas lembranças
então começa saboreando o tom das palavras ouvidas
como se fossem melodia
o toque das mãos suadas
a febre e o sorriso que não saía do rosto
o beijo encaixado
o corpo entrosado, embalado
de repente tudo azul, tudo quente
mais um cigarro e mais chico
ela coleciona prazeres
seus olhos guardam fotografias
ela procura o jeito sem jeito poético de encarar
pra não ter de novo que costurar
aquele velho coração
imenso coração de contradição
encaixota os abraços
manda pelo correio
e se esquece um pouco do passado
vai durmir.

amo o jeito livre de amar
de me deixar aprofundar em mim
de acordar despenteada e assim ficar
de ser feita do que vivi, e ainda muito mais dos sonhos e fantasias
de poder pensar alto
de não ser só amigo ou só amante
de ser companheiro
das confidências de amores passados
de poder olhar pro passado sorrindo
com a certeza de não me arrepender de nada,
nem dos enganos
nem dos tropeços
que me mostraram óticas diferentes da mesma vida
eu não sei o que busco
mas abro um abraço pro meu caminho
abro o peito,
agora com o coração mais calmo
um relógio não tanto apressado
e sem esconder a ância de conhecer
seja lá o que for
só sei que atoa neste mundo eu não vim...

um mundo de descobertas
de mim
dos outros
do próprio mundo

quando se está feliz, a felicidade fala por si.

abra que eu quero ver, esse ceu azul
abra que eu quero olhar, em cima do sul,
abra que eu vou voar, o mais alto que eu puder,
um dia eu vou sair, vou morar no arrr..........

coragem
paixão
arte
amor
ar
liberdade
energia
fé
alegria
música
saudade.

eu queimo minha poesia
eu disfarço a tristeza
eu ardo por dentro.
eu gasto a memória
eu sinto gosto de amargo
e vejo tudo em cinzas
meu cinzeiro já nem cabe.
eu me calo, dói
vc se cala, dói em dobro.

não me deixe só.

que eu tenho medo do escuro
eu tenho medo do inseguro
dos fantasmas da minha voz
tenho desejos maiores
eu quero beijos intermináveis
até que os olhos mudem de cor
que o meu destino é raro
eu não preciso que seja caro
quero gosto sincero de amor.

eu tenho o dom de acabar com coisas lindas.

´..e o tempo é só meu e ninguém registra a cena, de repente vira um filme todo em camera lenta..`

nosso filme foi um curta
no começo suspense
ninguém se mostrava ou se deixava apaixonar
no meio comédia romântica
vc me fazendo rir e eu melosa e ciumenta
no fim eu não sei
já não sei se é o fim
mas tenho várias fotografias na minha cabeça
seu cabelo, seus óculos, suas cores, sua cicatriz
do ´eu te adoro` dizendo mais que isso
do seu sorriso no meu,
meu corpo no seu
da gente como se fosse um.

entrei no quarto decidida, abri as cortinas pra ver a luz do fim do dia, sentei e comecei a por tudo o que há em mim em pratos limpos.
eu não sei amar, me fizeram acreditar que eu não amo nem mesmo a mim.
mas no fundo do meu coração eu amo demais, amo amo e não sei escolher entre pau ou pedra.
os dois vão machucar.
tem dia que a gente precisa de um lugar seguro pra rir ou chorar.
tem dia que a poesia engasga e não sai.
tem dia que eu me odeio.

´Minha meta, minha metade
Minha seta, minha saudade
Minha diva, me divã
Minha manha, meu amanhã...`


´E eu me pergunto se viver não será uma espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim.`

(Caio Fernando Abreu)

a meu coração é terreno baldio..
revirado
desfacetado
o que eu sei é que preciso de um tempo de mim
é como se eu não tivesse mais nenhuma energia
game over.
essa cidade, esse calor, e tudo aqui me deixa doente.